terça-feira, 5 de abril de 2011

DEVANEIOS DE LUZ.

Seis da manhã. Preguiçosa, Luz fica mais alguns instantes na cama. Os primeiros raios de sol invadem o quarto por um pequeno espaço entre as cortinas.  Luz acende um cigarro e vai à janela - seu "observatório secreto". Está nua. Lá fora, a cidade em frenesi. Ônibus abarrotados, nas ruas, carros disputam o tempo num buzinar, acelerar e frear caóticos. 
A janela está fechada. Luz também. Fechada e silênciosa.
Aos poucos, a quietude inunda as ruas e as pessoas. O mundo fica em câmera lenta. Diante de tantas cenas, entre invisíveis e anônimos, um velho de bengala  atravessa a rua. Pombos voam. Uma folha se desprende do galho. Suave flutua,  e pousa com delicadeza no espelho d’água a ser construído na Praça Osório. 
Luz acorda. É segunda-feira. Faltam alguns minutos para o despertador tocar.

Um comentário:

Coisas da vida ...pra ser óbvio disse...

É boa a sensação de enxergar os detalhes através dos olhos de quem conta, pude me imaginar nesta janela