A noite convidava para um passeio. O vento forte e o som do mar revolto "chegavam" até a minha casa. amigos esperando na esquina. Duas da manhã, sai como se tivesse um destinoMeu cachorro me acompanhava. corria, farejava, marcando território e latindo aos seus ancestrais caninos. Sentei nas pedras e acendi um cigarro. Permaneci por algum tempo refletindo coisas fúteis. Poeira, sinapses e coisas marinhas, Colombo, Cabral e Stephen hawkin. Dentre tantas dúvidas uma certeza, melhor voltar... Corri com meu cachorro e até rolei na areia.Criança grande, adulto oculto na praia deserta. ( Ou nem tanto).
No caminho percebi um carro da policia parado a poucos metros do acesso a calçada. Eu necas, segurança por perto. Continuei andando. Dez passos ou mais e o carro já estava ao meu lado. Enquadro inevitável. Parei, me virei, dei uma baforada no cigarro só por desaforo e disse:
-Posso ajudar?
Truculência:
Encosta no carro!
Vai, abre as pernas, que ta fazendo ai, qual seu nome?
Olha pra mim!
Abre bem essas pernas “rapá”!
Onde você mora, o que você faz?
Meu cachorro rosnava, corria em volta deles, quase mordeu as canelas do oficial que me revistava, mas foi repelido por uma tentativa fracassada de ponta pé de outro hábil defensor da lei.
Perguntas e mais perguntas...
Conferidos os documentos, Ensaiaram uma conversa amigável, sobre os perigos de andar só aquela hora da noite, coisa de policial. De repente, o radio os chamou para mais uma ocorrência, então partiram, destemidos à procura de meliantes. Eu voltei pra casa, feliz com a quebra de rotina. Onde, do conforto do meu sofá, liguei pro traficante de sempre.
Abençoado seja o dellivery.