sábado, 5 de janeiro de 2008

Conversa no manicômio:
Bom dia ou será que chove?
Ora não importa, nem percebi seu sorriso e meu tédio já lhe contaminou, ou será compaixão?
Não.
Será que poderíamos ficar em paz? Digo de passagem ao meu eu, e ele como de costume, olhou irônico, sorriu com sarcasmo e não respondeu.
De volta à camisa de força.
Mamãe prepara o jantar praguejando Deus e o mundo. Eu sou deus!
- Desocupado, inútil!
Eu não me abalo. Deitado no sofá, convencido de que vivemos no melhor dos mundos possíveis, fumo um cigarrinho. Na TV o noticiário,  na cozinha  a histeria de mamãe:
-O que foi que eu fiz pra merecer isso! Grita ela.
"Eu é que vou saber" penso com penso com meus botões...
Persiste a dúvida também a vida!
Servido o jantar, começa a novela. Silêncio na sala, olhos atentos. Minutos depois, Tranqüilizada com seu placebo, mamãe esquece de si e adormece. No seu rosto o  ar de quem espera o próximo capítulo; sempre decisivo!
Eu, percebendo que a trama esta só começando, me perco assistindo a vida e não encontro o sono, ali diante da TV, sempre a TV .