sábado, 9 de abril de 2011
quinta-feira, 7 de abril de 2011
É tudo que eu sempre quis: o direito de peidar, cagar e mijar. E ter dinheiro pra comer.
O grotesco fim do nada é o fim do tudo,
somos nada ou somos somente o aqui,
um zero,
um ponto,
um ponto cada vez maior,
um ponto zero
e/ou só um zero.
Somos o que somos,
é por que é por que é pro que é
Talvez uma interrogação viva, sempre o nada.
Sempre preenchendo o vazio do nada.
Por mais cheio, está lá querendo mais:
Mais nada. Um lá como aqui.
Tenho tudo. Mais nada.
Só o hoje e o amanhã, só você
Só todos nós e você
Só agora o aqui
Nunca o lá
Sempre aqui você
Ninguém mais. Mais nada.
Só o hoje e o amanhã
vivendo do passado.
Quem pode nos salvar do nada,
quem somos nós além da existência do porquê somos nós
E, assim mesmo, é você.
Eu sou ele, você é ele, eu sou você como você é ele.
E ninguém quis ser mais eu
Porque é tudo que eu sempre quis
O direito de peidar, mijar e cagar
E ter o dinheiro pra comer.
Você sou eu mesmo não querendo ser
Porque eu sou ele
Ele é você
E é aí que a gente se encontra.
Ninguém quer saber, todos nos deixam:
Eu sou você, e você sabe.
terça-feira, 5 de abril de 2011
DEVANEIOS DE LUZ.
Seis da manhã. Preguiçosa, Luz fica mais alguns instantes na cama. Os primeiros raios de sol invadem o quarto por um pequeno espaço entre as cortinas. Luz acende um cigarro e vai à janela - seu "observatório secreto". Está nua. Lá fora, a cidade em frenesi. Ônibus abarrotados, nas ruas, carros disputam o tempo num buzinar, acelerar e frear caóticos.
A janela está fechada. Luz também. Fechada e silênciosa.
Aos poucos, a quietude inunda as ruas e as pessoas. O mundo fica em câmera lenta. Diante de tantas cenas, entre invisíveis e anônimos, um velho de bengala atravessa a rua. Pombos voam. Uma folha se desprende do galho. Suave flutua, e pousa com delicadeza no espelho d’água a ser construído na Praça Osório.
Luz acorda. É segunda-feira. Faltam alguns minutos para o despertador tocar.
A janela está fechada. Luz também. Fechada e silênciosa.
Aos poucos, a quietude inunda as ruas e as pessoas. O mundo fica em câmera lenta. Diante de tantas cenas, entre invisíveis e anônimos, um velho de bengala atravessa a rua. Pombos voam. Uma folha se desprende do galho. Suave flutua, e pousa com delicadeza no espelho d’água a ser construído na Praça Osório.
Luz acorda. É segunda-feira. Faltam alguns minutos para o despertador tocar.
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